By Luiz Orlando Carneiro
Os mais luminosos e influentes trompetistas do jazz destas duas últimas décadas foram – e continuam sendo – Wynton Marsalis e Dave Douglas, recém-chegados à casa dos 50 anos. O primeiro é o guardião do “fogo sagrado” da mainstream na evolução – e não na revolução - do modo de expressão musical nascido, como ele, em Nova Orleans. O segundo não rejeita o legado dos fundadores do jazz moderno, mas sua música se encaixa, perfeitamente, naquela definição do saudoso Whitney Balliett do jazz como o “som da surpresa”.
Dave Douglas é um “escultor” da massa sonora dotrompete, com aquela arte que consagrou o eminente octogenário Kenny Wheeler, cujo arquivo musical foi adquirido pela Academy of Music de Londres, e aberto ao público, no ano passado, numa exposição intitulada “Kenny Wheeler: Master of melancholy and chaos”.
O primeiro grande álbum de Douglas foi A thousand evenings (RCA, 2000), marco do jazz “composicional”, livre dos grilhões da tonalidade convencional, e de temática tão variada que vai de uma versão muito original de Goldfinger a uma suíte inspirada na música klezmer judaico-balcânica. Seguiram-se a este CD registros sempre surpreendentes do trompetista-compositor, à frente de grupos tão diversos como o elétrico sexteto Keystone; o metálico quinteto com trombone, trompa e tuba de Spirit moves (Greenleaf, 2009); o combo com Jon Irabagon (sax) e Linda Oh (baixo) que gravou o lírico Be still e o harmonicamente denso Time travel (Greenleaf, ambos de 2012). Sem falar no quinteto Sound Prints, com o não menos magistral saxofonista Joe Lovano, que paulistas e cariocas puderam ouvir ao vivo, no BMW Jazz Festival do ano passado.
Novo grupo do trompetista inspira-se no interplay do Jimmy Giuffre 3 dos anos 50/60
Pois bem. O irrequieto Dave Douglas está lançando (sempre no seu selo Greenleaf) o quarteto Riverside, em parceria com os irmãos canadenses Chet (saxofone, clarinete) e Jim (bateria) Doxas, mais o baixista Steve Swallow.
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